Policíadas

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quinta-feira, 12 de março de 2015

08 - A OPA

« A  PSP vai apurar legalidade de publicidade de empresa de segurança para combater criminalidade em Cascais
A PSP vai apurar as circunstâncias em que uma empresa de segurança está a promover os seus serviços em alguns locais do concelho de Cascais alertando para o "aumento de assaltos e atos de vandalismo". Numa carta publicitária, com o título "assaltos disparam", a empresa Securitas Direct diz estar a disponibilizar consultores de segurança para contrariar o "crescimento de insegurança".
Fonte do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa disse que as "estatísticas do ano anterior e do corrente não justificam qualquer alarmismo", relativamente à criminalidade verificada naquela zona, embora se tenham registado "aumentos relativos em algumas tipologias criminais" em 2007, face a 2006.
A mesma fonte acrescentou que "o modo de apresentação e publicidade, aparentemente, não respeita a legislação em vigor", razão pela qual a PSP vai "apurar as circunstâncias em que ela foi desenvolvida nos termos da actual legislação sobre empresas de segurança".
O director territorial da zona que abrange Cascais da Securitas Direct reconheceu que a "carta é um pouco alarmista", apontando responsabilidades ao especialista de segurança da área responsável pelo documento em questão, que "desvirtuou" uma carta padrão. José Braga adiantou que nessa carta são referidos dados estatísticos sobre o primeiro semestre de 2007, divulgados na imprensa, para sustentar o "aumento de assaltos a residências em todo o país".
Este responsável adiantou que vai ser instaurado um processo disciplinar ao especialista de segurança responsável pela área, adiantando que apesar de ter objectivos comerciais, a empresa tem uma imagem a defender. "Não é esta a nossa postura no mercado", disse.
O Instituto Civil da Autodisciplina da Publicidade disse apenas que não recebeu qualquer queixa.»
-Notícia do Jornal "PÚBLICO" em 16 de Março de 2008 -
 
Hoje, 12 de Março, soubemos que a PSP fez uma parceria com a empresa de segurança em causa, autorizando a logomarca da PSP para aquela empresa "vender" produtos com o "apoio da PSP".
Haja decoro!
Fomos OPAdos.

domingo, 8 de março de 2015

07 - A Ratificação


Foi na sexta feira, dia 6 de Março de 2015, mas podia ser num dia qualquer porque o que aconteceu... foi nada. Ou pouco mais do que isso.
Talvez tivesse sido esse o  seu propósito e por isso de pouco e tratou porque de pouco se tratava.
Embora o documento tenha inscrito em todas as suas páginas de que se tratava de uma "Sessão de Apresentação", quanto  nós, a cerimónia (???) poderia ser perfeitamente chamada de "1ª Sessão de Ratificação". Juntámos meia dúzias de 'polícias' (art.º 2.º do Projetado DL), e cada um escolheu um assunto que o atual Estatuto o deixa menos satisfeito ou mesmo insatisfeito, ou então estando prevista a sua solução, a mesma não tem sido aplicada. Várias idades, postos e interesses, mas todos polícias. Foi-se à respetiva solução no Projeto agora apresentado e não se viu em nenhum dos casos qualquer melhoria. Guardámos os papéis e fomos para casa.
Em todo o caso, nas futuras sessões de ratificação (ou de negociação) certifiquem-se que ninguém se perde na tradução dos conceitos, que ninguém entenda de maneira diferente, apesar de falarem nas mesmas palavras. Que seja uma ratificação, mas que seja lavrado em ata tudo o que não se queria que lá estivesse inscrito e sobretudo aquilo que, por princípio, deveria lá estar como condição sine qua non para se poder conversar. É que se assim for feito, quando, num futuro que estará certa e infelizmente aí ao virar da esquina, se começar a chorar lágrimas de crocodilo, como desavergonhadamente choraram há duas semana, haja montes de exemplares deste Projeto a servir de lenços de papel.
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A Título de curiosidade fornecemos dois links do que escrevemos no blogue Policiadas há uns anos atrás. Só por curiosidade.

sábado, 28 de fevereiro de 2015

06 - A Unidade Nacional de Polícia

De repente, vindo do nada, inesperado, qual meteorito arremessado  partir dum cometa sem nome, na galáxia que nos envolvemos, aparece a estupefação: de todas as coisas importantes que há a fazer, o que importa é tirar dos braçais o emblema que identifica os comandos a que pertencemos. Qual diretiva da CEE em que impôs, na altura, a fruta normalizada, eis que apareceu o polícia normalizado: nada de etiquetas, de símbolos de especialidades, comandos de origem, nada. Somos a Unidade Nacional de Policia. Não perceber que é pela diferença e pela diversidade que conseguimos e podemos ser unidos, é não estar à altura dos acontecimentos. A diversidade faz a unidade. A matéria une-se e atrai-se porque é diferente; porque o igual se repele. Essa "imperativa" que nos obriga a sermos todos iguais, sendo nós diferentes, é ainda menos coerente do que aquela em que proibiu as tatuagens.
 
NOTA FINAL: teria sido (mais) bonito, ontem, na homenagem aos dois camaradas, em Lisboa, se nos pudéssemos ter reconhecido na unidade pela diversidade; termo-nos reconhecido como um todo nacional, mas sabendo que aqueles polícias eram de Vila Real, aqueles outros de Santarém e aqueles além de Viseu. Enfim...

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

05 - O Receio do Sofrimento


"Todos os sofrimentos que nos cercam, é-nos necessário sofrê-los igualmente. Todos nós, não temos um corpo, mas um crescimento, e esse conduz-nos através de todas as dores, seja sob que forma for. Do mesmo modo que a criança, através de todos os estádios da vida, se desenvolve até à velhice e até à morte (e cada estádio parece no fundo inacessível ao precedente, quer seja desejado ou receado), do mesmo modo nos desenvolvemos (não menos solidários da humanidade do que de nós próprios) através de todos os sofrimentos deste mundo. Para a justiça não há, nesta ordem de coisas, lugar algum, não mais do que para o receio dos sofrimentos ou para a interpretação do sofrimento como um mérito."

- Franz Kafka -

Em memória de todos polícias esquecidos mas que de vez em quando são notícia.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

04 - Explosivo!


"Três polícias foram condenados ontem [30 de Janeiro] no tribunal de Lisboa por terem sido pagos em dinheiro e em géneros por empresários ligados à exploração de pedreiras e ao fabrico de fogo-de-artifício. Em troca, avisavam-nos antecipadamente das ações de fiscalização e fechavam os olhos ao armazenamento, naqueles locais, de quantidades de explosivos superiores às permitidas por lei". É assim que começa o texto da notícia sobre elementos do Departamento de Explosivos da PSP, em Lisboa. Elementos corruptos, diga-se de passagem. Contudo o magistrado que leu os destinos aos três arguidos, teve esta tirada espantosa: "[Hoje] não é um dia feliz para vós. Não é um dia feliz para o Tribunal. Foram condutas continuadas no tempo, num espírito de total impunidade. Mas os Estado não de pode alhear deste problema e pagar 31 euros para almoçar, jantar e dormir, e pagar seis meses depois". Não se percebe muito bem quando, como e porquê entram os 31 euros na equação das penas. Por outro lado o Sr. Magistrado, talvez por descargo de consciência, tocou numa realidade que teima em prevalecer na polícia: se não são os polícias a resolver os problemas de gestão corrente, muitas vezes ficavam os serviços por fazer. As nossas instalações são do pior que há (não nos atirem com as exceções!), não há aquecimento; os móveis mantêm-se durante décadas sem que haja uma política de renovação. As fardas... nem vamos por aí. Resumindo: três polícias corruptos conseguiram que um magistrado atirasse, com um desabafo, com um número (31 euros), e consegue numa penada resumir a nossa histórica má relação entre a [nossa] logística e o poder político: temos o pior mas esperam, sempre, que sejamos os melhores. O resto é conversa fiada.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

03 - Freio Nos Dentes

 O que faz (fez) o presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP) romar (vem de romaria) do Porto a Faro como pregador das justas causas, dizer que uma Polícia Nacional  (PSP) está tramada porque dois ou três amigalhaços (do Corpo de Intervenção de Faro) do dito presidente, que apesar de serem polícias com todos os pergaminhos apregoados, não lhe são renovadas as comissões de serviço, devendo regressar ao contingente normal da PSP, de onde foram recrutados? Fará pensar que haverá um mal para a segurança nacional mas, pensando bem... Qual é a crise? Não queremos ser mauzinhos, mas pensamos que esta ação visa diretamente o Diretor Nacional da PSP. Porquê? Boa fonte do Corpo de Intervenção do Porto (cujos quadros o presidente da ASPP faz parte) disse-nos que tal dirigente sindical, em tempos, se esquecia de vestir a farda e de formar com os camaradas e que o atual Diretor Nacional da PSP quando foi Comandante da UEP, obrigou o mesmo, não só a vestir a farda, como a fazer os testes de aptidão que permitiam a sua permanência no CI. Um incómodo danado! Querendo ser solidário com os camaradas, o tal dirigente sindical disse que "não temos medo!" e como tal iriam continuar na ação reivindicativa para que os elementos do CI de FARO não fossem 'expulsos'. Expulsos?! Medo?! Medo de quê e de quem?
Medo, a haver, certamente será por parte da estrutura sindical  em causa, porque tem vindo a perder base de apoio. Quanto ao resto... é preciso é ter freio nos dentes.
 
[Nota do Blogue Policiadas Now!: alguns de nós, aqui no blog, somos associados. Queiram confirmar s.f.f.]

sábado, 24 de janeiro de 2015

02 - Pensamos

Pensamos nos horários.
Pensamos nos horários de quarenta horas semanais. De quarenta horas semanais para uns. 
Quarenta horas para uns, sem direito a mais nada. 
E trinta e seis horas de trabalho semanais para outros. Trinta e seis, repetimos,  36 horas, para outros.
Com suplemento de turno (mais que justo!).
Com suplemento de patrulha (!?), de investigação (!?) sendo que dois deles são acumuláveis.
Pensamos na inversão (ou será antes perversão?) dos horários versus salários versus responsabilidade.
É nisto que pensamos.

Image Credit: violscraper via flickr.

domingo, 18 de janeiro de 2015

01 - Ligados...

LinkedIn é uma rede de negócios fundada em Dezembro de 2002 e é principalmente utilizada por profissionais. Em Novembro de 2007, tinha mais de 16 milhões de utilizadores registados no seu mostruário. Abrange mais de 150 indústrias e mais de 400 regiões económicas em mais de 200 países e territórios. O site está disponível em diversas línguas, incluindo o português. Estima-se que o LinkedIn possua, mensalmente, 21.4 milhões de visitantes únicos nos Estados Unidos e 47,6 milhões pelo mundo. O principal propósito do site é permitir que utilizadores registrados possam manter uma lista detalhada de contatos de pessoas que eles venham a conhecer virtualmente, confiando os seus dados para que possam eventualmente ser recrutados. As pessoas nessa lista são chamadas de conexões. Os utilizadores podem convidar qualquer um (seja um utilizador LinkedIn ou não) para se tornar uma conexão. Esta lista de conexões pode então ser usada de vários modos. É uma rede de contatos acumulada, constituída de ligações diretas, de vários graus de importância que facilitam o conhecimento de profissionais através de seus contatos mútuos. Isso pode ser usado para encontrar trabalhos, pessoas e oportunidades recomendadas por qualquer um na sua rede de contatos. Os empregadores podem listar trabalhos e buscar por candidatos potenciais.
Pergunto-me: o que fazem polícias com cargos de elevada importância (leia-se, dirigentes) nesta rede, sobretudo quando se identificam profissional e pessoalmente, de uma forma tão detalhada, o que fizeram, onde fizeram  e o que estão atualmente a fazer? Alguns, valha-nos deus, até com a família lá estão. Já ponderaram a segurança? Será que são mesmo polícias a tempo inteiro? Ou só estão à espera de uma oportunidade para ficarem ligados... desligando-se?